Infectologista explica sobre os cuidados na pandemia e o uso de medicação
O Brasil vive um atual cenário de pandemia em função do coronavírus. Dentre as dificuldades está a aceitação da doença e o afastamento social. O Infectologista da Secretaria Municipal de Saúde de Xanxerê, Hugo Noal, explica que a população anseia pela volta à normalidade, porém quando tudo vai retornar ainda é uma pergunta sem resposta. “O aumento gradual de pessoas infectadas indica que estamos no início da pandemia, infelizmente temos muita coisa pela frente e isso preocupa as pessoas, pois a situação envolve a parte emocional, familiar, financeira e econômica”.
O médico ressalta que ainda não existe uma medicação aprovada que seja segura e funcione para as pessoas. “Muito se fala da combinação hidroxicloroquina com azitromicina. Foi realizada uma tentativa no mês de março para ajudar os pacientes mais graves, porém a medicação tem efeitos colaterais que podem levar a morte”. Segundo Noal, outro medicamento que também foi testado foi a ivermectina, um remédio para verme, que foi testado em laboratório e constatado que uma quantidade do mesmo poderia matar o vírus, porém a mesma dose em um ser humano levaria a óbito. “Até o momento só temos especulações de remédios que não funcionam e tem efeitos colaterais muito graves”.
De acordo com o infectologista, a pressão maior é da população, que anseia por um remédio, para se sentir livre da máscara e do convívio social. “O melhor tratamento para o coronavírus é a prevenção, com distanciamento, uso de máscara e lavar as mãos com frequência. Estamos em uma pandemia e não podemos depositar confiança em um medicamento que não nos oferece eficácia”.
Na visão do infectologista, a abertura gradual de alguns estabelecimentos no comércio foi necessária para que as pessoas possam ter acesso às coisas básicas do dia a dia como alimentação e saúde, e também para fazer com que não afete a economia. “Qualquer situação que envolve aglomeração e circulação de pessoas de Xanxerê e outros municípios acaba resultando em aceleração no número de pessoas contaminadas. Neste momento precisamos ganhar tempo para que a ciência consiga desenvolver uma vacina e assim superar mais esta doença”.